Um olhar sobre o Mundo

Por Angola e o Mundo enquanto há vida...

Monday, April 30, 2007

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL

1. A PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL

O presente ensaio centra-se na análise do impacto da evolução tecnológica na Primeira Grande Guerra Mundial, o conflito que inaugurou o século XX, e a par disto, os condicionantes geoestratégicos que determinaram a subida dos EUA no mundo em termos económicos, poderio militar e inovação produtiva e por outro lado, o enfraquecimento europeu.

A Primeira Guerra Mundial decorreu, antes de tudo, das tensões advindas das disputas coloniais. Além disso, dos vários factores que desencadearam o conflito destacam-se o revanchismo francês, a questão da Alsácia-Lorena, a questão Balcânica e a corrida anglo-germânica.
Segundo fontes escritas, “este conflito mundial ocorreu entre Agosto de 1914 e 11 de Novembro de 1918, entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França e até 1917 Rússia e depois os EUA) que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império-Otomano)”[1]. É indispensável referir as rivalidades entre as potências europeias, porque foram estas rivalidades que tiveram expressão no aparecimento dos blocos acima mencionados. Isto aconteceu no espaço geoestratégico europeu, onde existiam países com fórmulas políticas diversificadas e grandes impérios, constituídos por agentes de língua e cultura diferentes. A guerra causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geopolítico da Europa e do Médio Oriente. Foi uma guerra de mistura tecnológica do século XX com tácticas do século XIX, e estiveram envolvidos aproximadamente cerca de 65 milhões de soldados. Um dos motivos que originou esta guerra “foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, dia 28 de Junho de 1914, pelo sérvio Príncip, que pertencia ao grupo nacionalista – terrorista armado Mão Negra, que lutava pela unificação dos territórios que continham sérvios. O assassinato desencadeou os eventos que rapidamente deram origem à guerra, mas as verdadeiras causas são muito complexas. Vários historiadores e políticos têm discutido esta questão por quase um século sem chegar a um consenso”[2]. O assassinato do herdeiro do império Austro-húngaro, foi apenas um pretexto para que todas estas contradições entrassem em choque.
Ainda na base dos motivos da guerra, estão rivalidades territoriais, e económicas, uma vez que a Inglaterra sendo a potência mais poderosa da época, se sentia ameaçada pelo crescimento económico da Alemanha que se baseava numa oferta de melhor qualidade e inovação. Consequentemente, surgiram choques psicológicos, uma vez que a Alemanha se apresentava mais motivada para um papel de liderança mundial, enquanto que a Inglaterra percebia as evidências da sua perda de prestígio.


2. O IMPACTO DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL

Perante a situação da evolução tecnológica e do que foi dito no ponto um, a Primeira Guerra Mundial destruiu impérios, a guerra tornou-se mais mortífera ou seja, a morte de pessoas aos milhões, e em simultâneo, foi uma guerra mais rápida (embora a guerra tenha sido longa), o que justificava fins políticos entre as nações envolvidos. Para além das destruições, a guerra gerou no continente europeu uma instabilidade politica que permitiria o aparecimento de doutrinas radicais de esquerda e de direita, que seriam as principais forças vertentes do conflito seguinte.
Ao contrário da segunda guerra, o conflito de 1914-1918 não possui um demolidor determinado. Todas as nações estavam empenhadas numa corrida armamentista e numa disputa por colónias, alimentadas por um nacionalismo exacerbado, que com certeza, levaria à guerra. Sem ter medo de soar fatalista, o facto é que a guerra era inevitável. Mas ninguém tinha sequer uma vaga ideia das suas dimensões e das suas consequências.
Entretanto, o impacto da Primeira Grande Guerra Mundial foi enorme. Porque os dois blocos foram estratégicos, souberam ligar o mundo político e o mundo militar; e os mesmo blocos, entraram na fase da chamada guerras das trincheiras, ou seja tiveram que parar ambos porque a capacidade de fogo era idêntica. Então houve um esforço de investigação tecnológica, quer do lado aliado (França e Inglaterra) quer do bloco Alemão, no sentido de inventarem possíveis soluções para ultrapassarem o impasse em que estavam as tropas. Daí a que em termos estratégicos, se tenha aperfeiçoado a metralhadora, apareceram os morteiros e os obuses, surgiram os gases tóxicos, o carro de assalto e o submarino. Consequentemente as inovações tecnológicas aconteceram para serem usadas em terra, mar e ar, aqui neste último caso desenvolvendo-se o avião de combate. Estas tecnologias, quando a guerra acabou foram adaptadas às necessidades civis, por exemplo, aproveitou-se do carro de assalto a tracção integral que hoje equipa os Jipes. O correcto é que, independentemente da duração da Primeira Guerra Mundial, se chegou ao empate tecnológico entre os dois lados, o que dificultava qualquer movimento.
A nível da geopolítica e geoestratégia, o impacto é que depois da guerra, facilmente se constatou o enfraquecimento europeu, e a subida de importância dos EUA. A América torna-se a potência liderante do mundo em termos da oferta económica, da inovação produtiva e do poderio militar. A América soube definir e condicionar as suas actividade estratégicas para com os outros países, porque com a Primeira Grande Guerra os outros países perderam população, território e perderam a capacidade de liderança a todos os níveis. Dentro da linha de definição de “estratégia”[3] de John H. Collins os EUA, usaram a força e a diplomacia no momento certo e tendo como objectivo a sua segurança.
Por isso, a Primeira Guerra Mundial, inaugurou o século XX. Esta guerra tem uma importância tão grande quanto a Segundo, embora, muitas vezes não tinha sido muito bem estudada e aprofundada. Entretanto, já se foram mais de oitenta anos desde que se pôs fim a este conflito, que tanto contribuiu decisivamente para a destruição de uma ordem mundial politica, económica, social e cultural que prevalecia desde 1789. As inovações tecnológicas, os tanques de guerra, os aviões, as armas químicas, a metralhadora e o submarino, fizeram com que a visão romântica e heróica da guerra acabasse de modo brutal. El BV "HAJA PAZ".

[3]ESTRATÉGIA “como arte e ciência de empregar o poder nacional em todos as circunstâncias, para exercer os tipos e os graus desejados de controle sobre o oponente (a diversão) através da força, ameaças, pressões individuais, diplomacias, e outros meios a fim de satisfazer os interesses e os objectivos de segurança” John H. Collins, “La Gran Estratégia”, Buenos Aires, Circulo Militar, 1975, p.34.

Tuesday, April 17, 2007

QUE DESGRAÇA!

Desgraça e não Graça, é a denomianção que atribuo ao que se passou na Nigéria no sábado passado e que promete continuar. Sabe-se que a Nigéria é um dos maiores estados federais do mundo, mas desde a independência, em Outubro de 1960, os nigerianos nunca assistiram a uma transição democrática de um governo eleito para outro. Esta semana realizam-se as eleições regionais para mais tarde se realizarem as presidenciais.

Tal como a mentira tem pernas curtas, a má governação tem os dias contados e tão contados que se pode traduzir numa perda de contas. É uma vergonha o que está a passar-se esta semana na Nigéria. No primeiro dia das eleições pelo menos mais de 46 pessoas morreram em incidentes de violência. Não me passa pela cabeça afirmar que o actual presidente deste país, Olusegun Obasanjo, que foi impedido de se recandidatar pela terceira vez, esteja por detrás desta violência. Este tipo de comportamento mostra um atraso da democracia e uma possível continuidade de Obasanjo no poder ou mesmo na vitória do seu candidato Uma Musa yar'Adua.

Como é possível chamar de corruptos aos seus opositores, uma vez que durante os seus mandatos a Nigéria viveu e ainda vive acorrentada à ganância e à miséria? Será que durante este tempo no poder, o presidente nigeriano alguma vez se interessou no combate a corrupção? O país tem riquezas naturais e um crescimento económico acima da média, um dos maiores produtores de petróleo, mesmo assim a fome é o dia à dia daquela população. Acho que não é desta maneira que o actual presidente conseguirá derrubar os opositores(...) e ganhar confiança do povo, a não ser que mude de atitude. O impossível, claro no meu entender. Ele e os seus compatriotas têm a tirania e carregam-na até que a morte os separe.

A oposição tem de agir e reagir contra as palavras proferidas por Olusegun e dar a entender ao povo que pretende erradicar a corrupção, pobreza, fome, e apostar na saúde, na educação, na habitação e no bem-estar. O jejum de muitos anos. É difícil cumprir isto porque para os dirigentes africanos servir bem a sociedade é um incómodo. Até quando? Será que é preciso voltarem a escola? Isto é um atraso de vida. Fico indignado, como africano saber que em pleno século XXI existem pessoas assim. A sério. Acredito que a população nigeriana está com os pés bem assentes no chão, é só uma questão de tempo e paciência para o feitiço se virar contra os feitceiros. Acredito também, em dias melhores para a minha África e continuo desiludido com os que tencionam fazê-la desaparecer. Aqueles que contráem dívidas com o FMI para satisfazerem os seus bolsos e compram armas para a resolução dos conflitos étnicos que nunca mais se acabam e as respectivas políticas do FMI que estão cada vez mais sérias.

Espero que até ao final das eleições tudo esteja bem encaminhado. Menos morte e mais vontade política para uma Nigéria democrática e não ditadora, e uma África cheia de vida para os africanos e para o resto do mundo. El BV"HAJA PAZ".

Wednesday, April 04, 2007

TODOS POR UMA ANGOLA MELHOR

Realizou-se esta semana, o seminário com o tema "TODOS POR UMA ANGOLA MELHOR", dividido em painéis sobre política económica, política sócio-cultural, política institucional e sobre política externa. O presidente do MPLA e também presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos, afirmou na sessão de abertura que o seminário sobre a proposta da Agenda Nacional de Consenso, promovido pelo seu partido, representa "exercício que valoriza a nossa democracia, através do debate franco e da análise profunda dos fenómenos". Que democracia? Pergunto eu. Acrescentou ainda que "cada pessoa, cada família e cada comunidade, para se organizar e prosperar, precisa de harmonizar os seus interesses com os objectivos gerais e específicos da Nação". "O povo angolano vai continuar a fortalecer a sua unidade em torno de objectivos, princípios e valores comuns na construção do país democrático e próspero que almejamos". "Temos, afinal, um destino comum a construir e interesses nacionais e estratégicos a preservar e a desenvolver. É uma necessidade que se impõe identificar e promover esses objectivos nacionais. "Ficaram para trás os momentos de incerteza e de desconfiança profunda entre uns e outros. Renascem a esperança, a auto-estima e a confiança e todos desejamos um grupo seguro que nos garanta justiça, bem-estar e prosperidade". Estas foram as passagens que mais me marcarm no discurso do presidente e não deixo passar sem as comentar. E este seminário encerrou hoje, 4 de Abril, data em que o país celebra cinco anos do Acordo de Paz.

No meu entender, Angola é um país que vive de tudo um pouco, no que diz respeito as várias formas de governo. Mas as mais visíveis em Angola são, a oligarquia"governo dos ricos" e a tirania"governo dos ganaciosos". No seu discurso, o presidente fala da democracia, algo que em Angola não se vive na prática mas sim na teoria, no papel e para encantar e enganar o povo. Democracia é um termo que soa bem praticando.

O país celebra hoje cinco anos de Paz, entre o MPLA e a UNITA! Isto é pura verdade. Esta Paz chegou numa boa altura e agora espera-se uma democracia na hora certa, até porque o país não é democrata, no sentido próprio do termo. Quanto muito, o povo sente a pressão de uma ditadura. Um país rico que tem o crescimento económico acima da média este ano, está com 76% dos 16 milhões de angolanos contiunarem a viver em situação de pobreza extrema. Justifica-se? E os dois milhões de barris de petróleo que o país produz por dia? Alguém deve saber da mão invisível. Até agora o governo não consegue explicar esta situação e o povo é sempre povo, apesar de estar farto das mentiras. Porquê mentiras? Porque sabe-se que a família dos Santos tem muitos investimentos no estrangeiro e está em frente de muitas empresas de renome em Angola, como é caso da empresa de telecomunicações UNITEL que tem parceria com a Portugal Telecom entre outras empresas.

O presidente falou da harmonia do povo...como falar de harmonia sem haver a participação do povo nas tomadas de decisão do governo? Num país onde quem fala a verdade merece castigo, dificilmente haverá união e em contrapartida aumenta a desconfiança do nosso parceiro, vizinho, irmão, primo, amigo, conhecido e desconhecido. Ninguém confia em ninguém.A construção da Nação é sempre objectivo de qualquer cidadão. O presidente ao relembrar isto tinha que ter em conta a má redistribuição da riqueza do país.

Os momentos de incerteza e de desconfiança profunda vão continuar e não ficarem atrás tal como foi referido no discurso do presidente. Tal como diz o velho ditado " a ganância e a mentira têm pernas curtas". Um dia alguém há-de explicar. Eu acredito e o povo também. Diz Edmund Burke "NENHUM SER HUMANO SOBREVIVE SEM ACREDITAR".

Se valorizar a democracia é isto que o MPLA diz, na pessoa do presidente do partido no poder em Angola, então temos que rever o conceito de democracia.
Tente partilhar comigo o meu ponto de vista, dando a sua opinião. Agradeço. El BV "HAJA PAZ".